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AS COINCIDÊNCIAS ENVOLVENDO OS FATOS HISTÓRICOS.

  • Foto do escritor: Ricardo Bello
    Ricardo Bello
  • 15 de mai. de 2020
  • 6 min de leitura



A grande maioria dos quase 8 bilhões de habitantes deste planeta, não havia passado até o momento, por um acontecimento global de tamanha magnitude, onde os pilares: saúde e economia estejam sofrendo tamanho abalos. E podemos constatar, que não aprendemos muito com o passado e que vários daqueles erros se cometem de forma infantil, por indivíduos, famílias, governantes, nações... O que muitos não sabem é que essa não é nem de longe a pior e mais duradoura, e que fatos históricos nos dão pistas de como passar por estes momentos, evitando o pior e minimizando o que é inevitável.

Guardada as devidas proporções podemos fazer um paralelo com três acontecimentos históricos, ocorridos na primeira metade do século XX, que geraram profundas mudanças na composição do mundo e diversos avanços: políticos, científicos, econômicos, sociais e educacionais pelo planeta.


Estou falando da Gripe Espanhola (1918 a 1919), Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) e Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). Existem algumas coincidências que permearam todos estes fatos: NEGAÇÃO, ROMANTIZAÇÃO, COLAPSO NO SISTEMA DE SAÚDE, O IMPACTO DAS MORTES, DISTANCIAMENTO SOCIAL, CRISE ECONÔMICA, NOVAS LIDERANÇAS, EVOLUÇÃO DE ALGUMAS ÁREAS DA SOCIEDADE e ACELERAÇÕES DE PROCESSOS EM DIVERSAS ÁREAS.


NEGAÇÃO

Assim como vivenciamos com o Covid 19, a Gripe Espanhola foi por muito tempo negada pelas nações, boa parte do mundo estava mergulhado na Primeira Guerra Mundial e ainda assumir a existência de uma pandemia, era demais para os governantes em questão, que minimizaram os impactos da gripe por muitos meses, acelerando o processo de devastação alcançada pela pandemia.

Como a Espanha era um dos poucos países europeus, que não entrou na guerra, a sua imprensa se manteve ativa e pode testemunhar e noticiar o impacto violento causado pelo vírus, o que acabou influenciando no nome da gripe, e por muito tempo se pensou que a sua origem havia sido na Espanha.


Estudos posteriores avaliaram que provavelmente, a gripe espanhola foi uma mutação do vírus Influenza que passou de aves para os seres humanos. E que seus primeiros casos ocorreram no Estados Unidos, registrados no Fort Riley, uma instalação militar localizada no estado do Kansas, outros estudos indicam sua origem no Reino Unido ou na China, mas em todos estes lugares a grande censura à época impediram a sua divulgação nestes países.


Vivenciamos o mesmo no caso do Covid 19, onde hoje sabemos que os primeiros casos ocorreram em Wuhan na China, no dia 17 de novembro de 2019, porém as autoridades chinesas só relataram o primeiro caso no dia 05 de janeiro de 2020, quando já se tinha cerca de 400 infectados.


Assim como a China, a própria OMS demorou a intitular o vírus uma Pandemia, apenas no dia 11 de março, e mesmo após esta sinalização diversos países incluindo os EUA demoraram a tomar as devidas providências, gerando o impacto que vivenciamos no momento.


Jogos de futebol foram mantidos na Europa, ocasionando uma aceleração no número de casos na Espanha, medidas protetivas foram evitadas ao máximo da Itália e no Brasil tornou-se um problema de saúde público, uma disputa política entre as diversas esferas do poder.


CUIDADOS:

Em momentos de Pandemia, o cidadão pode fazer muito pouco, fica alijado do seu direito de trabalhar, ir e vir, manter os vínculos com os seus parentes mais próximos e nesta cartilha, o passado nos monstra que o distanciamento social, medidas de higiene pessoal (lavar as mãos) são os mais eficazes, para se tentar mitigar os efeitos catastróficos de uma doença, que não permite ter uma solução de curto prazo.


Esses cuidados são fundamentais para não colapsar os sistemas de saúdes, mesmo os países mais desenvolvidos não dispõem de equipamentos e profissionais aptos a darem conta de um volume de doentes, que crescem em projeção geométrica.


É triste verificar que instituições como a ONU, OMS não tem acordado, entre as suas nações integrantes, protocolos claros a serem tomados em todos os países, ao decretarem este tipo de situação.

Ficamos à mercê de ações isolados de alguns órgãos, mas não existe um comitê de crise mundial que possa liderar o processo de con


trole da evolução do vírus e a busca de soluções.


Vivemos em um mundo cada vez mais interligado, mas somos incapazes de nos preparar de forma clara para o futuro a médio prazo, só pensamos no imediatismo, que em muitos casos se resume a um mandato de quatro anos. Países que detém de forma clara políticas de estado, voltadas para pilares como: saúde, educação, infraestrutura, crescimento sustentável, valorização da vida humana, segurança pública, terceira idade, tendem a obterem melhores resultados ao passarem por uma crise tão impactante.

Os países nórdicos europeus, Japão, Alemanha, Coréia do Sul e o Uruguai aqui na América do Sul são exemplos, de que muito se pode fazer, para que se tenham cuidados básicos em sociedade.



MORTES:

Infelizmente este é um ponto latente em todos estes fatos históricos muitos inocentes morrem no transcorrer destes acontecimento


s e se no caso das guerras ainda existe uma espécie de “direcionamento”, as pandemias não escolhem credos, raças, nações, ideologias, mas é claro, que os menos assistidos pela sociedade são os que mais sofrem, por ficaram a margem dos cuidados mínimos de prevenção e cura destes males.


Os eventos do passado geraram milhões de mortes em todo planeta, ainda estamos longe desta contagem, mas o impacto gerado p


or um número expressivo de pessoas morrendo ao mesmo tempo, por um único motivo, gera traumas, reflexões e a necessidade de nos atermos sobre a fragilidade da vida humana e avaliarmos, o que de bom cada um de nós está fazendo, para em prol de uma sociedade mais humana e equilibrada, onde 1% da população detém 99% das riquezas do planeta.


CIÊNCIA:

Eventos como os que estamos vivenciando hoje tendem a gerar fortes investimentos no meio científico, principalmente em nações que por ventura tenham deixado de lado o setor ao longo de anos, a fim de minimizar as diferenças frente aos países mais desenvolvidos.


Pós Gripe Espanhola, tivemos a invenção d


a penicilina, os cuidados com higiene se ampliaram, as Guerras geraram grande investimento em diversas áreas médicas como: ortopedia, neurologia, fisioterapia.


O valor da pesquisa cientifica se valorizou e é provável, que venha a passar por um novo processo de aceleração e crescimento no mundo cientifico em diversas áreas: médica, comunicação, industrial, logística e o lado psicológico, que já vem tornando a sociedade em seres doentes através do stress, depressão, compulsão, que tenderão a crescer durante esta fase


EVOLUÇÃO:

Eventos como estes nos levam a evolução em d




iversas áreas, alguns de certa forma curiosos como: a criação da escova de dente, absorvente intimo durante a Primeira Guerra Mundial, o relógio de pulso, comida enlatada, popularização da caneta BIC durante a Segunda Guerra Mundial.


O desenvolvimento tecnológico da primeira metade do século XX, teve como base o suporte necessário as Guerras Mundiais, a evolução dos conceitos de logística, estratégia, produção em escala, comunicação, deram um salto durante e no pós guerra.



Infelizmente isto ocorreu graças a milh


ões de vidas, que morreram antes, durante e depois destes tristes acontecimentos da humanidade.


Mais uma vez esperamos que o planeta tenha este período como uma forma de impulsionar políticas públicas de combate e prevenção de doenças, melhoria da infraestrutura das nações mais pobres, divisão mais igualitária de recursos, investimentos em setores bases de uma sociedade em prol de um mundo mais harmonioso, gerando uma evolução na sustentabilidade do planeta.


LIDERANÇA:



Retórica militar, patriotismo exacerbado e a lembrança de glórias passadas. Na crise da Covid-19, diversos líderes mundiais têm buscado em entrevistas e pronunciamentos seu momento Winston Churchill. O primeiro-ministro britânico da Segunda Guerra Mundial tornou-se icônico ao levantar o moral de um povo assustado com o avanço nazista, prometendo nunca se render.


Embora a oratória churchilliana seja insuperável, chefes de Estado e de governo têm recorrido a frases e gestos grandiosos para demonstrar a gravidade do momento e pedir a união nacional.


Mas nenhum líder tem se mostrado mais alinhado com os pensamentos e a forma de liderar do que a chanceler alemã Angela Merkel, que desde o início da Pandemia, se manteve serena e soube tomar as devidas ações a fim de minimizar o máximo possível o impacto do Covid 19 na Alemanha.

Outros líderes bateram cabeça ao longo dos meses e ainda hoje, sofrem com a falta de uma preparação adequada e equipe capacitada, para dar suporte no processo decisório, gerando insegurança na sociedade e gerando dificuldades no represamento da situação que estamos inseridos.


Este momento deixou clara a falta de grande lideres, que outrora o mundo teve e sairemos desta pandemia com algumas lacunas as serem preenchidas, está sem dúvidas é uma delas.

 
 
 

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